Agro

Pelotas é destaque nacional em desempenho na agropecuária

Cidade aparece em 11º lugar entre as melhores cidades para investimentos no setor

Foto: divulgação - DP - Proximidade com o porto de Rio Grande garante facilidade logística

Por Luciara Schneid
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Pelotas aparece em 11º lugar na última edição do Ranking das Melhores Cidades para Fazer Negócios, no segmento de Agropecuária. O estudo é elaborado desde 2014 pela Urban Systems, empresa de inteligência de mercado, em parceria com a revista Exame, e foi divulgado na última semana. O resultado representa um salto no desempenho do Município neste setor, já que em 2021 aparecia na 76ª posição.

Desde 2020, a classificação passou a ser dividida por segmentos: Mercado Imobiliário, Comércio, Serviços, Educação, Indústria e Agropecuária, apontando as cidades consideradas boas para implantação de negócios voltados a cada um destes setores. São considerados apenas municípios com mais de cem mil habitantes.

Nesta nona edição, foram avaliados mais de 60 quesitos e indicadores somando as seis áreas econômicas, com análises referentes à infraestrutura de saneamento, transportes, mobilidade urbana, logística e telecomunicações. Foram usados dados até outubro. Na Agropecuária, empregos e produtividade da lavoura e da pecuária pesaram para a avaliação, assim como a exportação.

Para o vice-prefeito e secretário de Desenvolvimento Rural, Idemar Barz, o ambiente favorável para negócios no setor agropecuário em Pelotas está atrelado a uma soma de fatores, que incluem a grande rede de cooperação técnico-científica, formada por instituições de ensino, pesquisa e assessoria técnica, que orientam e auxiliam o setor produtivo.

Somam-se a isso, a qualidade da produção primária, capacidade industrial instalada para o beneficiamento de alimentos e dos produtores rurais em manter níveis de excelência na produção. “Temos visto muito trabalho em conjunto feito com apoio técnico da Embrapa, Emater, UFPel e Prefeitura, que beneficiam tanto a produção agrícola, como pecuária, parcerias que garantem uma produção de qualidade, que geram mais renda e empregos no setor primário e, consequentemente, têm grande impacto na economia do município”, ressalta.

O presidente da Associação Rural de Pelotas (ARP), Augusto Rassier, também atribui o bom desempenho da agropecuária regional à grande contribuição das instituições de ensino e pesquisa, tanto públicas quanto privadas. “Os números do agronegócio, especialmente no que se refere aos aumentos nas produtividades, estão intimamente ligados e são desenvolvidos pela pesquisa, um setor de extrema importância para o segmento”, diz.

Segundo Rassier, este desempenho é uma construção do momento do agronegócio, que é muito positivo, e se constitui hoje numa das principais fontes de riquezas, pois representa quase um terço do PIB nacional. O dirigente da ARP ressalta que o bom desempenho do setor primário incentiva investimentos de outros segmentos (secundários e terciários) vinculados ao setor agropecuário, criando um ambiente de mais negócios, empregos e desenvolvimento. “Pelotas tem um polo de indústrias e serviços intimamente ligados ao agronegócio.”

Logística privilegiada
Para o economista Fernando Rechsteiner, presidente do Sindicato Rural de Pelotas (SRP), conta a favor de Pelotas o fato de ter posição diferenciada não apenas no que se refere à produção agropecuária. Ele cita a proximidade com o Porto de Rio Grande, o que garante ao Município facilidade logística. O sindicalista lembra que a Metade Sul é grande exportadora de arroz, soja e gado em pé, que ocorrem em função da qualidade dos produtos locais. Além disso, a cidade conta ainda com uma série de indústrias – constituindo-se num dos maiores polos de beneficiamento de arroz da América Latina – e várias revendas de máquinas agrícolas e insumos.

Rechsteiner também destaca que, no setor de serviços, há a atuação das empresas de consultoria que prestam serviços ao agronegócio dentro e fora do Brasil, contribuindo no planejamento, na área tributária, organização societária, entre outros. “Pelotas concentra uma série de vértices do agronegócio desde o aspecto produtivo (primário), industrial e de serviços”, ressalta. E reforça a importância das áreas do ensino, pesquisa e extensão rural, representadas pelas universidades, Embrapa, Irga Regional e Emater.

Potencial do campo
Entre as principais culturas de Pelotas está o arroz, que na safra 2021/2022 apresentou área colhida de 8.249 hectares e uma produção total de 78,5 mil toneladas, sendo responsável por aproximadamente 1% do arroz produzido no Estado, segundo informações do Irga Zona Sul.

Com produtividade de 9.662,5 quilos por hectare, o Município ficou em segundo lugar no ranking, com a maior produtividade por hectare entre os 12 municípios arrozeiros da Zona Sul. Aparece, ainda, entre as cidades com maiores produtividades do Rio Grande do Sul.

O Município possui o total de 61 unidades produtivas da cultura, entre grandes, médios e pequenos produtores, que geram mão de obra na proporção de um colaborador a cada 50 hectares da lavoura. A lavoura arrozeira local, a exemplo da maioria das propriedades do Estado, possui alto potencial competitivo e agrega no sistema de rotação de culturas a soja, que atingiu na última safra 8.185 hectares e produtividade média de 3.401 quilos por hectare. O que gera resultados significativos aos produtores, tanto tecnológicos – como a reestruturação dos solos – quanto econômicos.. ​

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